11.12.2007

dentista

ontrodia fui ao dentista.

Não se julgue por aí que sou um velho desdentado, incapacitado de marfim vocal. Tenho até dois dentinhos velhinhos pequeninos que julgo serem ainda de leite.

Acontece que tive uma pequena lesão num dente que me obrigou a amealhar durante três meses dinheiro suficiente para uma primeira consulta, e única. Fui ao Sr. Ednilson, um dentista prestável cá da terra, brasileiro de gema, e que me levou 4 contos e quinhentos pela consultinha de 10 minutos.

Anestesia colocada e foi-me explicando o que ia fazer ao meu dentinho até chegar à parte em que disse que caso tivesse dor, levantaria a mão e ele pararia de imediato. Compreendido!

Começou o trabalho. Encostaram-se a mim de tal forma - só faltou porem um pé em cima da minha pequena e frágil caixa torácica, para se servirem de base de força ao arranque do dentinho. Mais força fizeram e mais se encostaram. Mais preso fiquei. Paralisado do pescoço para baixo e só tendo alguma reacção na pontinha dos pés, que estavam libertas, fui suando.
No final da consulta e enquanto me descolava da cadeira modelada com o meu corpo, ele perguntou com o seu ar atento:

"oi, não doeu pra ocê nádshinha, oh cára? é que ocê não se mexeu não, pôo!"