11.12.2007

dentista

ontrodia fui ao dentista.

Não se julgue por aí que sou um velho desdentado, incapacitado de marfim vocal. Tenho até dois dentinhos velhinhos pequeninos que julgo serem ainda de leite.

Acontece que tive uma pequena lesão num dente que me obrigou a amealhar durante três meses dinheiro suficiente para uma primeira consulta, e única. Fui ao Sr. Ednilson, um dentista prestável cá da terra, brasileiro de gema, e que me levou 4 contos e quinhentos pela consultinha de 10 minutos.

Anestesia colocada e foi-me explicando o que ia fazer ao meu dentinho até chegar à parte em que disse que caso tivesse dor, levantaria a mão e ele pararia de imediato. Compreendido!

Começou o trabalho. Encostaram-se a mim de tal forma - só faltou porem um pé em cima da minha pequena e frágil caixa torácica, para se servirem de base de força ao arranque do dentinho. Mais força fizeram e mais se encostaram. Mais preso fiquei. Paralisado do pescoço para baixo e só tendo alguma reacção na pontinha dos pés, que estavam libertas, fui suando.
No final da consulta e enquanto me descolava da cadeira modelada com o meu corpo, ele perguntou com o seu ar atento:

"oi, não doeu pra ocê nádshinha, oh cára? é que ocê não se mexeu não, pôo!"

9.03.2007

morto por ir trabalhar... ou não!

O compadre Furriel voltou hoje ao trabalho depois de um período sem-fim de reforma. Parece que houve um engano nas finanças e afinal vai ter de cumprir mais uns tempos de descontos para depois ter direito à sua merecida reforma, digna de duas caixas de Brometo de N-Butilescopolamina; uma carteira de Buscopan; três caixinhas de Amoxil.Ped-150ml Stiefel; duas de Cardalin Sintofarma; 8 caixas de ampolas Ciprofloxacino.
As embalagens de Medroxiprogesterona; de Cromolerg. Allergan Frum.; de Medroxiprogesterona e de Fluconazol, ficarão para o Natal, com o dinheiro que vai receber dos filhos e das noras.


Bom trabalho compadre, ontrodia volto a escrever mais.

8.28.2007

fome de quinze-dias

Ora, quando ontrodia me desloquei – com gana e fome de quinze-dias – a um espaço comercial americano que faz sandes com carne em forma oval e é de um homenzinho amarelo e de cabelo esquisito, deparei-me com uma fila tremenda de gente. Certamente, pensei eu, esta gente não tem a fome que eu tenho e por isso, com a maior normalidade e ciente que perceberiam, desloquei-me à primeira menina da fila (umas 30 pessoas à minha frente) e perguntei-lhe amigavelmente se se importaria que lhe passasse à frente. Não percebi a recusa dela, mas aceitei e fiquei mesmo, mesmo, mesmo… atrás dela!

8.21.2007

quando tudo começa

quando dois velhos amigos se juntam e começam a recordar...
dá em histórias de ontrodia!